"Não sei se ia dar jogador, porque ia ter muitos problemas com certos treinadores"

Ricardo Quaresma, cuja carreira se notabilizou pela técnica exímia e capacidade de surpreender em campo, trouxe à discussão a forma como o futebol de formação tem evoluído.

Durante uma entrevista ao podcast "Jogamos em Casa", o ex-jogador falou sobre a pressão e as exigências táticas impostas aos jovens jogadores nos dias de hoje.

Ao falar sobre o ambiente nas academias de futebol, o 'Rei da Trivela', mostrou-se crítico quanto à carga de informações táticas que são ensinadas desde cedo.

"É muita informação para um miúdo de 13, 14 anos. Estares ali a matar o miúdo com tática, onde ele quer é pegar na bola e fazer jogadas," expressou, salientando que esta abordagem pode "matar" a magia dos jogadores que possuem essas habilidades naturais.

"Tiras a magia a quem tem magia"

Quaresma alega que o excesso de foco em táticas e técnicas pode desmotivar as crianças, roubando-lhes o prazer de simplesmente jogar e expressar-se livremente em campo. "E tiras a magia a quem tem magia", acrescentou.

O ex-jogador levantou uma questão pertinente sobre o seu próprio caminho no futebol moderno: "Não sei se ia dar jogador, porque eu ia ter muitos problemas com certos treinadores", concluiu.

Nascido em 1983, em Lisboa, Quaresma iniciou a sua trajetória no Sporting, passando depois por clubes como FC Porto, Barcelona, Inter de Milão, Chelsea e Besiktas, entre outros.

Quaresma, refira-se, não joga desde o final da época 2021/22, quando representou o Vitória de Guimarães.

Conhecido como 'Mustang' pela sua habilidade inconfundível de driblar adversários, Quaresma sempre se destacou pela audácia e criatividade em campo.